4 de julho de 2010

Nas entrelinhas...


Um dia eu pensei em mudar...
Mudar de vez.
Resolvi tentar mudar para que não reclamassem mais de certos e chatos abusos: "é bruta, é preto, é branco, é frio, é quante, é água, é pedra, é doce..."

Partiu de mim. Eu disse: "vou mudar, tá?"
Mas quando eu disse isso, passou logo pela minha cabeça que eu poderia virar aquele adulto chato, sem muito o que mostrar, sem muita graça. Aquele comum, que passa todo dia por você e não faz muita diferença. Será que eu ia mesmo ficar assim? Não que eu passe percebida por todas as pessoas do mundo, mas pelo menos pras minhas pessoas do meu mundo eu sou percebida.

Resolvi não pagar para ver. Resolvi mesmo foi ficar do jeitinho que eu sou - com algumas arestas aparadas pela experiência adquirida com o passar do tempo. Decidi, então, ficar como eu nasci, como cresci e como resolvi enxergar a vida. Agradeço profundamente a quem está comigo.

Eu não sou difícil. Eu sou das entrelinhas...

Texto: Carol Sousa
Foto: Gê

28 de abril de 2010

Chiquim Ferreira - nosso vozim

"Todo santo dia ele estava ali sentando na porta, na sua velha cadeira de macarrão, com aquele calção furado dos lados, com aquele chinelo emendado com outra borracha ou então com um prego embaixo e com constantes batidas leves do pé no chão... Também com sua tesoura aparando a barba, e todo dia ele estava com aquela tesoura e eu nunca via diferença na barba...rsrs" [por Elizabeth Ferreira]

"Seu Chiquim, meu vozinho. Ele gostava dum cafunézim. Junto com Dona Rita, criou 14 filhos na roça de milho, feijão, macaxera, abóbora, batata, maxixe e tamborocas. No final do dia voltava com seu jumento. Se, na labuta, tivesse pegado espinho de galho ou flepa de pau, quem tirava era tia Glória, com agulha. Gostava de contar umas lorotas de noite na porta de casa. Só fuleragem. Com a voz bonita que ele tinha, grossa e aveludada, a gente prestava atenção. Ele tinha um baú, com cadeado. O Baú de vozinho. Ninguém mexia. Agora, é só Deus que sabe o que tem dentro. Lembranças de criança em São Francisco do Piauí..." [por Sinclair Ferreira]

"Eu dizia: 'Zim, Zim'. Ele completava: 'Zão'. Eu pedia bênção, ele me vinha: 'sôi'. Eu queria saber quem tava falando ali naquele momento e ele sem enxergar dizia: 'é scarol'. Zim era o 'nêgo duro' que vivia sua vidinha linda, livre e simples ali na porta da calçada em sua velha cadeira de macarrão cercado pelos que paravam pra ouvir suas piadas, repentes, graças e vê-lo cortar a tal barba que teimava em ficar do mesmo tamanho. O cabelo se mostrava sempre liso e beem branquinho, lavado com o carinho de algum neto ou filho que se dispusesse a mexer ali. 'Zim, que horas são?' Será que era pedir demais para quem já não enxergava mais? Em se tratando de Vozim, não. Ele acertava sempre só de olhar não sei pra qual direção. Ele sentia cócegas. Muitas cócegas... Ele era calmo, não gostava de brigas ou discussões. Era o primeiro a comer e o último a reclamar. Adorava um redinha, um chinelo de couro, e o seu famoso e lendário Baú. Ele não gostava de nada novo. Ele amava economizar. Ele amava a esposa, os filhos, os netos, os bisnetos, os genros, as noras, os passantes e os "conversantes...". O bom é que ele também era, era não, É amado.
Ele viveu feliz, eu sei disso..."
[não tenho o Ferreira no sobrenome, mas o tenho na essência. Hoje vai assim: 'por Carol Ferreira']


Saudades daqueles olhos que já não nos viam mais...
Saudades...

28 de março de 2010

"Para uma menina, como uma flor..."

Minha rosa, minha Linda Rosa, minha garotinha...

É assim que ela é. Tem todos esses predicados porque saber ser. Sabe ser tão linda, tão perfeita, tão rosa.

É ela quem me domina. Só ela consegue isso.

Cansada, mas se ela me chama com aquela palavrinha que só ela sabe dizer lindo: “dê”, e já estou lá. Deitada, mas basta levantar aquele bracinho pequenino, gordinho, fofinho, pedindo algo que já nem penso mais, estou lá. Dormindo, essa é a melhor parte. Ser acordada por ela definitivamente não tem preço algum. Ela recosta a cabecinha na minha, abre os bracinhos e envolve meu rosto, acordo sorrindo, como quem abre o olho para ver o amor da sua vida, e vejo. Ela é mágica, meu Deus!! Ela é linda!!

O sorriso dela é... (não encontro palavras pra descrever no momento). A sensação que sinto quando escuto ou vejo tal sorriso é também indescritível, inexplicável. Só quem sente sabe. Dá vontade de ficar rindo o tempo todo. Só olhar pra ela a alma da gente já sorri.

E ela é tão carinhosa. Tão singela, meiga, doce. E às vezes tão dona de si, determinadinha, disposta, tem um fôlego, uma atividade que são fora do comum... é linda MESMO!!!

Meu Deus, que mundo a espera? Espero que ela seja sempre doce com as pessoas.
É a minha Bela, é o meu amor, minha rosa, minha Linda Flor.

Texto: Tia Carol

Foto: Tia Nívea

Aspas título: Vinícius de Moraes

28 de fevereiro de 2010

"A gente não faz amigos, reconhece-os"


Adoro saber que eles pintam de azul clarinho a minha vida.
Amo a companhia, o jeito único, desbocado, debochado, engraçado, ligeiro, inteligente, ousado, calmo, tímido de cada um deles.
Amo ser querida por eles.

Acho perfeito que Deus me deu exatamente quem eu queria ter ao meu lado pra ser a minha segunda família.
Acho essa sorte a mais linda de todas as sortes.
Ele caprichou. Soube dosar cada um para que nada me faltasse. Pôs um equilibrio. Cada um de uma maneira. Cada um com um jeito lindo.

Amo saber que tenho um grupinho pra cada assunto da minha vida. Amo mais ainda quando todos eles se juntam e fazemos 'nada juntos'.
Sou verdadeiramente apaixonada por cada um.
Sou incrivelmente agradecida pelo carinho e dedicação dispensados à mim, já que Deus me deu também um gênio das luas...

Certa vez eu disse que Deus não só existe, Ele é mágico.
Pois um belo dia - belo mesmo - Ele tirou da cartola algumas pessoas maravilhosas e disse: 'são pra você, Carol!! São pra iluminar a sua vida'.
Engraçado que minha vida é cheia de brilhinhos.

Eu não saberia viver sem. NÃO saberia MESMO. "Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles".

Sou encantada. Sou apaixonada e não trocaria nenhum deles por qualquer... (não tem com o que trocar)

Não dá pra explicar. Só sentir. Minha aposta é que é pra sempre.

Texto: Carol Sousa
Foto: Internet
Aspas: "Vinícius de Moraes"

6 de janeiro de 2010

Deus não só existe, ele é mágico.... :)


Chega uma hora em que você acha que tudo que está vindo pra você é demasiado. Seja ruim ou bom. Pra mim é assim. Os dois. Quando está ruim demais, com aqueles incômodos que nem pra disfarçar dá, eu entro em conexão com o universo transmitindo bons pensamentos e ele me retribui com uma graça. E quando está tudo bem, tão bom que nem vontade de parar de rir dá, eu deixo...coisa boa a gente segura.

A viagem foi perfeita. Das 5hs da manhã até a meia noite foi tudo perfeito. As discussões. Os sorrisos, o mar...foi tudo perfeito. As praias, A ILHA, a pousadinha, a casa das meninas, a casa do corinthiano roxo, o pôker, foi tudo perfeito. O ano novo; o milésimo de segundo que separou 2009 de 2000 e 10 - nem vimos a contagem - mas sim, foi tudo perfeito. Até mesmo os vai-e-vem da turma...até isso, foi leve, gracioso. É, foi perfeito mesmo!!

Sentar no farol da barra pra ver o SOL se indo, indo pra 03 de janeiro no Japão foi indiscutivelmente um dos momentos mais mágicos que ja vivi.
É você se tocar que é pequeno demais diante de uma imensidão de mar, de ar, de gente. É você se tocar que é apenas um "ser humano, ridículo, limitado e que só usa 10% de sua cabeça animal - raul". É você, além disso, se tocar que é "O" ser humano, aquele complexo, vasto, cheio de incertezas e vontades. Ééé...o que esse pôr-do-sol causa é algo quase que inexplicável e um tanto quanto contraditório.
É perceber que no momento em que ele beija o mar, ali sim, tem um dedo divino. Vê-lo sendo abraçado pelo mar, então, é ter certeza que Deus existe. E vê-lo se movimentar, sair devagarzinho, minuto a minuto, segundo a segundo, é, definitivamente, sentir a presença Dele.

Eu estive ali e descobri que Deus não só existe, ele é mágico. Até mesmo a nuvem que pensávamos estar ali para, porventura, sei lá, fechar as cortinas da atração, veio num ato de carinho ao Sol abraçá-lo para também desejar-lhe uma boa noite. Não há nada mais mágico, místico, belo e encantador!!!

Ao final do espetáculo, as palmas...

Texto: Carol Sousa
Foto: Lucas Vasconcelos

5 de janeiro de 2010

Feliz 2000 e 10 a todos... :)


É chegada a hora de dá um tapa no ano velho e estender a mão para o novo. Não que o velho tenha sido ruim, não. Foi, inclusive, ma-ra-vi-lho-so. Mas a espera é que seja 2010 tão bom ou melhor quanto foi o 9.

Que venha, então, 2010 aí cheio de si, todo cheio de nós, digo, o pronome. Mas que se ainda assim vier com alguns nós - substantivo - que Deus nos dê forças para desatá-los, afinal nó nenhum é mais forte do que nós...

Pois foi assim meu ano novo...com esses dois presentes e com os ausentes dentro do coração, dentro da alma....

Seja sim, muito bem vindo 2010!!!!

Texto: Carol Sousa
Foto: o seu moço

30 de novembro de 2009

Deveria ser assim...


A vida moderna tem dessas coisas: afasta, esfria, engorda, estressa, desfoca, ocupa...

O lance é o seguinte: qualidade. É tentar ver sempre as qualidades do outro. Se for reparar e parar em defeito, já era. Ser pelo menos legais com os outros e conosco já um grande passo.

O poder do elogio: Como é bom reveber um elogio. Mas não, essa mania feia de reparar só no feio destrói o que tem de belo dentro da gente. Quem disse que bonito é só o que está do lado de fora? Tem gente que exala beleza ao falar, ao se comportar bem, ao andar...

Por muito pouco perdemos quem amamos. Pra que perder, então, tempo com feiúras?? Tá, tudo bem, eu sei, que "me desculpem os muito feios, mas beleza é fundamental...", mas pra que se vidrar tanto no exterior, se temos um vasto, complexo, denso, cheio e infinito ser dentro de nós?

A essência da pessoa por si só basta. Deveriam pairar por ali as relações humanas...

O amor é universal. É a religião universal. O amor se transforma em respeito. Respeitar o outro pela parcela que ele representa na terra é fundamental. Respeitar e admirar o outro pelo que ele tem de melhor pra mostrar é louvável. Respeitar idéias, modos, jeitos, formas também são válidos. Respeitar pra que se viva em conformidade...em comunidade.

Nada de "me diga com quem tu andas que te direi quem és...". Isso já ficou pra trás. A união das mãos fala mais alto. A mistura das almas eleva e ensina. Olhemos mais para o interno, para o ser, para o humano, para nós mesmos. Busquemos a essência. É nela que precisamos nos ligar. É dela que precisamos.

Amor. Respeito. União. "Um novo começo de era".

Texto: Carol Sousa
Foto: internet - foi o jeito